Olhei mais não vi .

Hoje eu tenho algo a revelar, tenho algo que eu nem imaginaria que aconteceria essa manhã, algo clichê no qual acontece em musicas tristes e em alguns devaneios.

Pois bem,

Esta tarde, entrei na internet com o intuito de encher de perguntas varias pessoas, de bater boca e de dizer eu te amo de verdade verdadeira. Contudo, a cara rumo que minha conversa ia tomando percebi que eu estava errada em tentar brigar pelo que eu penso e que não conseguiria mudar o mundo em si; algumas frases aleatórias de pessoas diferentemente importantes pra mim me causou nó na garganta, descutir parou de valer a pena no instante da primeira lagrima caida no teclado, eu a fitei com os olhos e não achei um porque de sua existencia, como tambem não achei para a minha.Sai da intenet. Desliguei o computador insistentemente sem perceber o intuito de meu pai de tambem usar. Fui tomar banho sob protestos e resmungos deste. Liguei o choveiro. As lagrimas cairam juntamente com a água. Meus olhos já não estavam mais abertos. Eu não me sentia mais respirando. Eu só sentia a dor latejante da minha cabeça junto a meus labios entreabertos e minha testa franzida. Eu não me importei. Não me importei em abaixar no chão de olhos fexados. Não me importei em encostar o corpo na parede fria. Não me importei não lembrar de respirar. Eu só vi como eu havia destruido tudo. Como as histórias da minha vida se repetem. Como eu me sinto em um deja vu intenso. Eu pensei em TODOS eles. Pensei em como eu me portei. Pensei em como eu permiti que eles se portassem comigo. Eu realmente quiz voltar ao passado irremediavel que eu presenciava. Reparei em como eu tinha pensado no "tudo vai dar certo no final". Me ouvi repetindo a frase do meu melhor amigo de que eu fantasio tudo. E percebi como eu tornava tudo surreal. Eu senti uma vontade imensa de abrir os olhos. Eu não conseguia no principio, meus olhos ja se inchavam de tal ponto que eu não conseguia enchergar claramente. Intão eu me deparei de pé. E eu me vi. O espelho que meu avô e meu pai usam para se barbear estava lá. Eu só não havia reparado nele antes. Eu sempre Passei por ele sem nem notar. Mais um objeto na decoração. Eu me vi. Tentei enchergar o estado de meus olhos. E o vidro imbaçado só me permitia enchergar minha boca que parecia sorrir. Mais eu não estava sorrindo. Me aproximei. Vi como minhas bochechas estavam vermelhas. Vi como eu estava incapaz de enchergar meus proprios olhos. As lagrimas não paravam de cair. Meu rosto continuava franzido. E eu tentei desesperadamente desembaçar meus olhos no reflexo. Uma tentativa em vão. Quanto mais a água caia, quanto mais eu limpava o espelho e as gotas que ali estavam, mais meu rosto se franzia, mais eu entrava em um dezespero surreal que não parecia sair de mim. E eu ouvia o meu próprio soluçar baixinho. Ouvia meus próprios ruidos. Meus próprois demonios. Minhas unhas estavam quebrando conforme eu tentava arrancar o espelho da parede para alcancar a toalha. Eu anciava por me enchergar. E o soluçar não parou. quando espelho saiu na minha não eu quase sorri. Molhei-o. A água não estava ajudando. Eu já havia me esquecido da toalha. eu não parava de soluçar. Não me preocupava em alguém me escutar chorando. Eu não estava preocupada com nada. Eu só queria me ver de verdade. Eu só queria não estar deformada naquele espelho. Eu só queria parar de fantasiar. Parar de ver tudo distorcido. Tudo imbaçado. Intão eu tremi. Tremi como se a água quente em minhas costas fosse congelada. Tremi como se o que estava caindo em minha fossem cubos de gelo. Dai eu gritei. Gritei porque queria parar de tremer. Gritei como se fosse tirar todo o meu passado de cima de mim. Como se meu grito fosse ensurdecer todos que guardam algum tipo de recentimento sobre as coisas que fiz. Gritei com o intuito de acordar meu coração. Para que este percebesse que eu não estava mais brincando de faz de conta. Dai minha vó bateu na porta. Ela tambem gritou. Quiz saber se eu estava bem. Eu gritei de volta dizendo que tinha derrubado o shampoo no meu pé. Ela engoliu a resposta. Eu olhei e pensei "podia ter dito que havia me cortado com a gilete". Olhei em volta. A gilete. eu peguei. E vi alguém. Vi meu reflexo. Vi meus olhos frios. Vi a água em volta. Vi a gilete. Vi minhas bochechas rosadas. Vi como eu havia fantasiado tudo. Vi como eu estava fora da realidade. E eu não cortaria tão fundo. A gilete caiu. Eu não peguei. Eu olhei pra ela e vi. Tão fragiu no chão. Tão sem vida. Tão sem cor. Como eu. Então eu parei de olhar e começei a ver. Não vi mais a gilete. A olhava mais não a via. Vi que minhas fantasias tinham causado tudo. Vi como a pergunta se repetia em minha cabeça: quem mal tem uma garota fantasiar ? que mal tem uma garota imaginar ? que mal tem uma garota sonhar ? Tem muito mal quando não se sabe voltar a realidade. Me olhei no espelho. Peguei o shampoo. Passei. O condicionador. Me perguntava o que eu estava fazendo. As lagrimas haviam secado. Mais eu ainda via o desespero borrado no espelho. Cheguei bem perto de mim mesma. Eu não me vi. Olhei a gilete. Olhei o ralo. E vi que os meus sonhos haviam me causado todo mal. Vi todos eles descerem por esse mesmo. Vi no espelho uma garota confusa. E derrepente eu não vi mais. Parei de chorar. Parei de franzir o rosto. Parei de pensar até. Olhei no espelho e não me procurei. Arrumei pelo vulto meu cabelo. Minha cabeça estava vazia. Fexei a água. Exitei em sair do Box. Olhei-me novamente no espelho. Olhei sem me ver. E eu não me importei em me ver. Abri para sair. Pisei na gilete. Olhei mais não vi. Os sonhos estavam afogados no ralo. Junto com a gilete inutil no chão. Olhei mais não vi. Percebi que agora eu sou como o espelho,imbaçado e sem olhar, parte da decoração.tudo que eu passei eu deixei preso nele porque eu sou ele indiretamente, e a cada reflexo meu eu vou enchergar o que eu não fingia ser, mais agora finjo.as mascaras não são uteis aos espelhos .

E eu me sinto assim até agora. Vestida. De cabelo molhado. Com o computador ligado. E uma pagina que ja esteve em branco de um blog com o intuito de popularidade. Olhei mais não vi. Café. Leite. Uma. Duas. Três colheres de açucar. Olhei mais não vi. Sentada enfrente a um munitor. Olhei mais não vi.

só postando .)

não se preocupem comigo, eu vou ficar bem.

Olhei mais não vi .