um beijo envenenado

sentado em uma escada umida, com um cigarro molhado e algumas folhas de papel, ele resolve relatar o ódio pela ultima, a mesma que prometera amar pra sempre e nunca abandonar, a mesma que entregou seu corpo sem pedir nada em troca, a mesma que acabara de sair pela porta. quantas noites passadas em claro ela simplesmente recompensou com um beijo, beijo venenoso, no qual o fazia ama - la ainda mais. quantas tardes frias ele deixou para um passeio inútil pela rua, ela como sempre fingindo indiferença, pra chegar no apart-hotel e revelar-se uma bela prostituta. quantos dias excitado ele se pegou pensando com quem ela pudera aprender tanta técnica e esboçar tanta malícia em um corpo doce de de mulher maldita. agora o deixara ali, antes porem ao entrar em sua casa - o lugar onde ele se permitia sonhar - esboçou sinica felicidade ao vê-lo, fez com que rê-lesse em seus olhos uma triste e melancólica paixão. fez com que pensasse que era real. um beijo envenenado e nada mais, dizia ama-lo ainda, dizia também que precisava de um lugar só dela, dizia querer viajar - sozinha - com o intuito de encontrar a si mesma, então não bastava ele a te-la encontrado ?
qual é a diferença ? amor, palavra sinica, com brilho ludibrie de felicidade, um beijo envenenado e nada mais. obsessão ? amor.
terceiro cigarro apagado, partindo pro quarto. recusando-se a chorar .. recusando-se a pensar em qualquer tipo de razão. vadia estupida. as putas da rua onde morava sempre o olhavam como uma amigo, ou como um amante fiel. apesar do nojo que ele tinha por elas, apesar do desejo obsceno de as chamar para entrar. ele sempre se conteve. por tédio ou simplesmente se polpava de plena luxuria ? faz frio e ele não usa camisa, pronto para uma nova transa, não uma transa com ela, mas apenas mas nova uma. já houvera chance o suficiente de ter qualquer uma, sem exeção. a prostituta, a amiga do colégio, a prima, a irmã do amigo, a mulher do amigo, a mais popular do colégio, e ela. nunca parou para pensar em quanto labor custou para te-la, nunca teve esforço, no entanto a indiferença insinuava um novo desafio. mulher é tudo igual, homem é tudo igual. só o que os move é o desejo. em todos os casos, em todas as horas, os dois sexos se pegam pensando em como seria a união, a união carnal. pois o deseja é algo que os movimenta, o gozo a engrenagem do desejo. desejo. pura obsessão.
revendo na mente cada passo, cada caso, a primeira transa, a segunda, a terceira .. eram impassiveis os movimentos, cada traço de seu corpo em repulso, cada toque quase que feito por puro vento, ela tinha o dom. conseguia sentir-se realmente satisfeito. não dormiu depois, olhou nos olhos e pensou em filhos, em netos, em uma casa no campo e viver do próprio negócio, pensou nas viagens, pensou na primeira ameaça de traição. pensou em quantas transas intensas como aquela teria. se sentiu inútil ao pensar tudo isso, ela saiu sem olhar pra traz. anjo caído, como sempre com decote e pose. sem marcas de espresão, quase uma boneca de plástico, um objeto que ele não esperava amar.
Um gole a mais de conhaque a apagaria da mente ? não custava nada tentar, os amigos diriam que era só mais uma de suas vadias gostosas, a dor dos outros é sempre menor que que a própria , não é mesmo ? nunca entenderam, deviam deseja-la assim como ele, pura inveja por se contentarem com um sexo porco e algum minutos de tesão, nunca souberam realmente o sentido que alguém em algum momento pode transpirar certo prazer, emanando raios de terror por não poder parar, e estremecendo com cada toque. a forma mais fácil dele pensar nela era no sexo, totalmente obsceno talves, mas algo que os unia, e o fazia feliz. Sempre que chegava o inverno ela decidia-se por algo novo, como o comovia o esplendor de seus olhos verde mar percorrendo cada rua, preocupando-se em fazê-lo estável por nada.
Conhaque esquenta, faz o sangue ferver e subir, e ele começava a perceber que não conseguiria viver sem um pedaço ao menos dela, deparando-se com o pensamento de outro homem em sua vida, outro corpo em vigor repudiando os próprios amigos em nome de mais uma hora ao lado dela, obsessão consome.
Já embriagado o copo cai, esparrama no chão o liquido frio, tende a não reparar nos cacos de vidros, mas a tentação é forte. senta em volta, envolto pelo álcool e embriagado pelo perfume da casa, um cheiro tão bom quanto o dela, um cheiro tão confortável que o lembra do passado, de quando era garoto. quando achava que poderia resolver a própria vida com pílulas ou giletes, quando cortavasse e injetava em si mesmo ceiva venenosa, assim como os beijos dela. Lembrou-se do terror do dia seguinte, pensando em como deveria morrer, buscava na própria morte uma excitação para a vida.
Achava absurdo o contexto de morrer por amor, não seria capaz de desperdiçar a própria voracidade da vida com alguém que submeteu-se ao teatro para fazê-lo viver. Pegou o caco de vidro do copo, percorreu com leveza o próprio braço, brincando com o perigo, sabia que sua lama não cessaria, sabia do risco, a ponta fria do vidro acariciou sem machucar seus punhos, chegou ao dedo, espetou. Espetou com força e logo torou, vidro faz estrago maior que gilete, vidro entra e abre, quando sai abre de novo. o corte já tomava proporções maiores do que esperava, e pulsava em sua mão o sangue quente que se esvaia pelo indicador, dor intensa, mas mórbida. não doeria tanto cortar o pescoço, a perna, o pulso. o dedo. não havia propósito algum em cortar o próprio dedo, já tornara-se habito mutilar o próprio corpo sem propósito. molhou o dedo no conhaque que já empreginava o tapete, e apertou, apertou até ter certeza que o sangue não cessaria. levantou-se e sentiu a ardência descer do ombro até a extremidade do corpo. pegou a carteira, desceu pela mesma escada que ela, parou a puta mais gostosa e pagou, ela perguntou sobre o corte, ele deu de ombro, subiram para o quarto sujo e adormeceu. Adormeceu com Nojo.


Situations are irrelevant now.
She loves the way that I tease,I love the way that she breathes.
I touched her ooh, she touched my ahhh, it was the craziest thing.
I love the girls who hate to love because they're just like me.
Acertain girl she took my hand and ran it up her thigh.
She lickedher lips and pulled my hair, I fall in love for a night
She can't behave I'm not just a slave, don't worry I'll be gone whenthe morning comes.
Darling what is going on?
Honestly that never happened lying is your favorite passion.
Leave me, go where you belongHired heels and lipstick napkins dying is your latest fashion.


Th.Morgan_